Teatro dos aloprados

01/07/2013 22:45

Há no mínimo dois grandes malefícios neste momento no trato de um plebiscito, que é proposto pelo simples intuito de calar as vozes populares. Primeiro temo que o mesmo seja realizado por aqueles que são alvo do manifesto, o que já o torna ineficaz e incoerente, uma vez que são os mesmos que nada fizeram antes das revoltas pelo país, que o propõem como ato desesperado. Em segundo, o sistema de votação brasileiro não garante transparência e lisura no processo, deixando muitas dúvidas sobre sua veracidade.

A primeira medida a ser adotada, ao invés de um repentino plebiscito, seria fazer uma espécie de enxugamento nas contas, reter os salários dos governantes e extinguir seus benefícios. Em seguida realizar uma CPI geral, a quebra de todos os sigilos a fim de uma profunda apuração contra a corrupção. De nada adianta tratar a corrupção como crime hediondo se o real problema consiste na impunidade e não na tipificação do crime.

Na sequencia, o ideal seria a proposta de um referendo, assim poderiam ser apreciados e retificados os pontos em que a sociedade discordasse, porém, através de um sistema de votação reformado e mais transparente.

Corremos o risco das manifestações perderem sua essência e transformarem-se em objetos de manobra política que conduzam às medidas maquiadas que não evidenciam o sentido do interesse popular. Reflitamos...

Recurso para educação não se mostra como problema, uma vez que o Brasil possui investimentos nesta área próximos ao de países mais desenvolvidos, mostrando-se, então, evidente o problema na gestão dos recursos atualmente aplicados.

 Importação de médicos é absurdo, se levarmos em conta que alguns países situados na Europa adotam esta prática como normal por ser mais barato para eles, para nós não pode ser adotado  como critério, pois além de termos uma crescente oferta anual de novos médicos, é mais barato produzir do que importar aqui, ao contrário do continente europeu.  O real problema é na falta de infraestrutura, é preciso controle e planejamento, otimização de recursos e maior eficiência contra a corrupção.

... O movimento já virou piada, Pessoas andam nas ruas a zonear a passeata, seguram cartazes que reivindicam cerveja “litrão” a um real, entre outras barbáries...

Corremos o risco da oportunidade de melhora passar como um espetáculo aloprado, onde o chefe do executivo fala de saúde e educação como problemas desconhecidos e, que agora que os reconhecem, possui soluções mágicas para todos, como fez entender em pronunciamento oficial a presidente da republica. 

 

Por: Thiago Monteiro