Regurgito falacioso

04/07/2013 07:26

Representantes eleitos dão a entender que sofrem certo distúrbio sobre a compreensão daquilo que é reivindicado nos movimentos pelo país. A sociedade cobra mobilidade, saúde e educação, não apenas, mas prioritariamente. Então vem a chefa do executivo lançar mão de uma competência que não é sua e propor plebiscito com ideias que há muito seu partido e afins querem pôr em pauta, favorecidos pela conveniência do momento por sinal. Ao menos dois deles encobertos pela maquiagem do atendimento às revindicações não poderiam ser apreciados assim de imediato, pelas suas peculiaridades complexas que demandariam de maior entendimento por parte dos cidadãos, são eles, coligações partidárias e sistema de votação para cargos no legislativo, assuntos completamente inóspitos por grande parte da sociedade e que de nenhuma forma representa o que justifica os manifestos.

Os cinco pontos de consulta popular tem dentre eles três que simplesmente poderiam ser resolvidos de imediato sem a necessidade do crivo popular, inclusive se levarmos em consideração a boa vontade como o legislativo tem votado propostas como fez no caso da PEC 37, no caso da lei da ficha limpa para servidores e também sobre a lei geral dos concursos públicos, por exemplo.

O povo tem o desejo latente na eliminação da votação secreta no congresso nacional a fim de conhecer o parecer sobre as decisões tomadas por qualquer representante eleito, também é um grande desperdício a manutenção de suplentes junto aos senadores e este desperdício com dinheiro público o povo não admite mais, também fica evidente a troca de favores entre montadoras e construtores com o governo, e não só entre elas, através do financiamento externo das campanhas. Estes três aspectos da discussão do plebiscito é uma espécie de “cala a boca” que pela falta de atenção do povo, que demonstrou 68% de satisfação aos anúncios desesperados do executivo, poderá conduzir a uma distração intencional que desvirtuará toda mobilização ocorrida no cenário nacional no último mês.

Não justificam os gastos a fim de atender a estas propostas com a urgência com que são colocadas, uma vez que duas pautas mais complexas não podem demandar de urgência, pois implicam em necessidade de um maior entendimento geral dos cidadãos.

Louvável seria ao invés de passar uma sensação ilusória de participação popular, começar tendo iniciativas internas de caráter imediato, como a suspensão de todos os benefícios dos governantes e também a revisão da necessidade de certos ministérios e seus integrantes. Medidas mais eficazes com menor gasto poderiam de imediato ser aplicadas, como o controle do financiamento realizado pelo BNDES, que parece lançar dinheiro “avanço”, e também a criação de lei que responsabilizasse erros de cálculo na prestação de serviços, que todos sabemos não serem erros e sim desvios através de superfaturamentos, como fica evidente nas obras de estádios para a copa.

O objetivo central do governo tem se mostrado em calar as vozes de manifesto e não criar solução para os problemas sociais, mais sim para os seus próprios, usando o povo como massa de manobra, como é perito em fazer...

 

Por: Thiago Monteiro