O Estopim da insatisfação popular!

18/06/2013 16:10

O aumento nos preços que vinham afligindo a população brasileira, a mudança de discurso e a impressão de instabilidade passada pelo governo, os privilégios e gastos custeados com recursos do contribuinte, a falta de contraprestação dos tributos pagos, refletidos na baixa qualidade da educação do atendimento médico e os privilégios dos governantes e dos detentores dos meios de produção, nos remetem, por analogia, às instruções do livro o príncipe de Maquiavel. Neste, instrui como um governante deve atuar para manter sua popularidade e poder, porém pelo que parece, faltou a atual presidência a leitura didática deste manual.

 O imperativo categórico de Immanuel Kant nos remete ao significado das atuais manifestações populares que se generalizam; não somente como a frase da presidente Dilma, que contém desespero em seu tom sobre o jovem sempre querer manifestar-se, como ocorreu com a mesma quando participara de grupo paramilitar organizado durante o regime militar; mas de uma profunda essência que uma grande quantidade de pessoas que estão dispostas a manifestar-se para o que reivindicam venha a ser realidade geral.

Podemos também citar o pensamento filosófico de Karl Marx sobre a dialética, que define que sempre haverá uma contestação ao pensamento dominante, como também o de Emile Durkheim, que se refere ao fato social, que é um conjunto de fatores externos que regem as ações dos indivíduos.

 Fazendo uma análise destes pensamentos, chegamos à conclusão do que vinha ocorrendo no país, tratando-se da falta de atenção aos serviços básicos que constituem direitos ditos de terceira geração pelo poder constituinte originário, estes não vinham sendo tratados com a devida atenção, a obrigação de fazer pelo estado. Esta realidade foi sendo desacreditada durante os últimos anos, mesmo que os mais atentos e conhecedores de diversas ciências propagassem este pensamento aqui ou acolá, seus efeitos não poderiam ser vislumbrados de imediato, mas sim a partir do fato social que os desencadeasse. O sentimento na pele daqueles que só vivem para suprir sua subsistência, foi o fato gerador da ação que suas consciências não podiam interpretar de imediato, mas as informações foram armazenadas nos seus subconscientes e apenas esperavam o fato que canalizasse a insatisfação geral que já conheciam, porém ainda não entendiam.

 A atual situação do Brasil somente é favorável aos que detém os meios de produção, para os que trabalham, apenas perpetuam a circunstância que existia antes mesmo da lei áurea. O momento em que vivemos e os fatos ocorridos tratam-se da mais pura definição do que vem a ser um país democrático, onde a população mostra o que pensa e sai de sua zona de conforto e reivindica o que precisa dos governantes eleitos através de seus votos.

 Podemos concatenar as ideias dos filósofos da seguinte maneira. A falta de atenção com o povo, somente pensando em si leva a desgraça do governante (Maquiavel), gerando uma insatisfação popular que leva a uma ação (o fato social de Emile Durkhaim), que por sua vez demonstra de forma individual o que deve ser de forma generalizada (Imperativo categórico de Immanuel Kant), e por conclusão reflete-se na contestação das ideias existentes por ideias novas (dialética de Karl Marx).