Ideal fragmentado não gera revolução!

09/09/2013 01:25

Tudo começou através da insatisfação crescente que as próprias massas desconhecem as origens, o aumento das passagens canalizou essa insatisfação que acabou virando objeto de manobra que conduz a ação para interesses particulares*...

Todas as medidas tomadas, desde a diminuição das referidas passagens até a importação médica, tem sido tratadas por aqueles que apoiam o poder instaurado, que é dito ter sido democraticamente eleito, como respostas satisfatórias ao grito inconsciente das ruas.    

A postura governamental não passou do famoso: “nem é comigo” a fim de apresentar soluções que atendessem à pressão colocada pela FIFA diante às manifestações, através do que dificilmente seria conseguido sem vultoso poder monetário, controle da informação e da ênfase nos fatos passíveis de influência coletiva através de estudos.

O estado, utilizando-se do artifício do “uso legítimo da força”, reprime por um lado inibindo novas adesões de manifestantes, assim como, a parte estratégica e de marketing do poder, cuida de todo arcabouço de fatores subjetivos para evitar concentrações ideológicas coerentes a fim de alcançarem seus intuitos de conformismo e “estabilidade” social.

Diante aos fatos, fica evidente o cuidado em aparar arestas pelos mantenedores do status quo; pois além do apoio dos simpatizantes do partido dos trabalhadores, que caíram nas mesmas estratégias semânticas de adoração utilizada por líderes religiosos, empregaram conceitos abstratos, porém de eficácia incontestável; a fim de obter aprovação das medidas articuladas que se desenrolam nesta trama...

No início deste século, nos deparamos, até porque houve significativo avanço nos meios de comunicação, com episódios globais de revolta popular. O enunciado é similar independentemente da cultura, há um clamor por algo que a própria humanidade desconhece, que caba sendo conduzido pelos que sabem disto, para o atendimento de seus próprios interesses...

O caminho pode ser mais longo do que gostaria, pois o grosso da massa humana ainda não tem consciente o merecimento de prosperidade que todos nós temos, ou ao menos a dimensão da prosperidade que podemos alcançar, seja por limitações pessoas ou gerais.

Certamente não será alcançada a plenitude com manifestações reivindicatórias de algo qualquer que seja, enquanto toda civilização estiver atrelada ao dinheiro regulador das práticas de escassez artificial que gera todos os problemas sentidos e incompreendidos, que são sanados por meios convencionais que já se mostraram incoerentes e ineficazes na prática.

O programa “mais médicos” é exemplo de fator remediador das práticas atuais que já se comprovaram ineficazes, é um exemplo do que chamo: estratégia de conflito ideológico para mudar a direção do foco. O emprego deste artifício por ser de grande complexidade, estudo e cálculo, devido ás inúmeras variáveis envolvidas no processo, cria polêmica enfatizada pelos meios de comunicações diversos por causa da tomada de decisão repentina, neste caso, com o fim de resposta às massas.

É evidente, não como muitos gostariam de argumentar como especulativo, mas baseado em uma caminho seguido no intuito da construção reflexiva através da lógica e coerência, a forma como os governos globais tratam seus rebanhos, detendo a maioria do poder ideológico, dos recursos através do sistema monetário, do uso exclusivo da força.

 Se considerarmos inclusive respostas às manifestações no Egito, Síria, Irã e outros, chegaremos a conclusão de uma falsa liberdade global, atrelada a escravidão do trabalho estimulado pelo consumismo desenfreado que desperdiça recursos preciosos e que de forma inteligente conduz as massa a decisões burras até mesmo quando tomam consciência de suas insatisfações.

Avanços lentos no processo de compreensão através da dor tomará forma, mesmo que nós contemporâneos não estejamos aqui para testemunhar este progresso.

Estudos avançados mostram o mesmo ponto em nosso cérebro se acender ao ver ou imaginar coisas, significando a não diferenciação do que vemos ou imaginamos, ou seja, tudo que a mente imagina acredita ser real e é capaz de manifestar-se fisicamente. Quando lemos é por que alguém escreveu, por que colocou ali a sua experiência, se podemos imaginar o que o outro disse ou escreveu é por que compartilhamos desta experiência, logo quanto mais leitura mais experiências mais raciocínio, mais imaginação. O processo de evolução social que imagino, será capaz através de muito estudo e leitura de diversas áreas, assim haverá um aumento na contestação e na concepção do intangível, de outra forma, o controle de poucos sobre o todo prevalecerá enquanto uma liderança neste sentido não for anunciada canalizando uma única direção.

... A desfragmentação ideológica das manifestações no Brasil e no mundo faz com que a única parte unida por um objetivo seja a vencedora, a parte que está no poder!  

 

*O real motivo das manifestações é na verdade inconsciente, tem haver com a natureza e o extinto, é a pura manifestação do conflito entre a realidade forjada e a realidade concreta.

 

Por Thiago Monteiro