CUSTO DE OPORTUNIDADE

12/06/2014 14:45

O quê é uma indução?

 Você pode ser forçado a acreditar que age por impulso próprio, pode ser forçado a ir contra a sua natureza sem perceber conscientemente, pode ser forçado a ir contra a própria evolução sendo conduzido a perseguir um modelo pronto de agir sob a pena de viver no isolamento ou não conseguir atingir seus objetivos.

Como seres biológicos emotivos, desde a infância, somos expostos ao poder econômico de forma que percebamos que o sucesso é baseado em títulos, capacidade de aquisição e demonstrações de poder. Quando cedemos ao molde social empregado pelo sistema, necessariamente trocamos nossa forma de agir por uma forma socialmente enquadrada no perde-ganha (poucos ganham e a maioria perde), a multidão em perda persegue o status da minoria que esbanja uma forma dita adequada de ser, balizando-se no excesso de entretenimento e no bombardeio de distrações, a intenção é manter o indivíduo ao máximo de tempo ocupado abstraindo suas frustrações por não ser quem ele é e acabando por conduzir seu comportamento em aceitação ao modelo imposto a ele. O custo disto pode ser aferido nas angustias pessoais do dia a dia, são momentos de alegria em troca da felicidade propriamente dita. O conhecimento, as ambições as perspectivas são todas voltadas à disputa pelo patrimônio que vá trazer os holofotes a si, enquanto as aptidões e habilidades necessárias à projeção da espécie são apenas meios ao alcance do enquadramento em grupo, o grande receio é a exclusão, logo, a oportunidade de ser sua própria essência custa à própria felicidade em troca de momentos de alegria e prazer.

Overdose de interação, consequentemente falta de concentração, transcendência e poder de questionamento. As habilidades ficam restritas à aquisição do poder econômico e assim um desenvolvimento mental estacionado nos 12 anos de idade. O custo ambiental, econômico e social disto é enorme! Por baixo, tem-se a manutenção da moeda como meio de troca de bens e serviços causando concentração de renda e segregação (conformismo e falta de vontade de agir), também a obsolescência programada que revende o mesmo item com uma nova embalagem e um acessório que o anterior não tinha, mas existia esperando o momento certo de ser lançado em função do lucro (exploração do semelhante). O aumento da violência possui como lastro a justificativa pessoal das diferenças e injustiças sociais, o que inclusive beneficia grupos corporativistas, um preço que é pago pela sociedade, sofrendo todo tipo de epidemia e calamidade quando centraliza o poder nas mãos dos que criam o problema para então mostrar a solução, induzindo o comportamento coletivo voltado ao consumo através do controle dos meios de comunicação em massa.

É preciso questionar a informação, os noticiários, a intenção do emissor, refletir sobre a capacidade de persuasão daqueles que auferem lucros por propagar uma ideia, causando divergências e incoerências baseando-se na aquisição de receita através do controle da personalidade. O maior custo disto são os reflexos da falta de agir pela omissão ao se imiscuir na zona de conforto da rotina inibidora do ato de pensar, sofrendo através da mobilidade precária, no culto às atrocidades pela atrocidade do semelhante anestesiado de dó e compaixão, consequentemente por não compreender os motivos de um crime e por isso apoiar um segundo pela justificativa do primeiro, é acima de tudo custoso a todos a barreira a tudo que tem o intuito de libertar, presos as amarras de um engessado modelo forjado pelo interesse de poucos. Logo, cabe a reflexão se todo o custo despendido é necessário e único, pelo simples fato da falta de filtro (consciência e questionamento) àquilo que programa sua forma de pensar.

 

Por Thiago Monteiro