Só a dor nos eleva à compreensão mais profunda!

08/10/2013 19:01

A demonstração dada pela polícia militar do rio de janeiro e São Paulo, de completa falta de preparo para cumprir sua função social ficou evidente nesta madrugada do dia 07 para o dia 08 de outubro de 2013. Este é mais um episódio gerado desde o advento das revoltas populares que culminaram pelas cidades do país, quando o povo passou a revindicar o estado de prosperidade anunciada pelo governo, trata-se do tiro saindo pela culatra mais uma vez. O fato é que, ao tirarem as armas de fogo dos policiais e oferecerem resistência a eles em um cenário onde qualquer abuso torna-se mais passível de ser coibido, a mesma não mostrou planejamento tático estratégico a fim de minimizar os danos causados que tiveram o intuito de trazer nova voz aos protestos.

Entre várias décadas esta corporação fora forjada para situações que não comungavam com a proteção da ordem e sim de um mercado gerado pela ilegalidade e marginalização a fim de separar uma elite da grande maioria do povo.

Enquanto em um ambiente de conflito; onde as ideias são reivindicações pelo cumprimento de direitos e diálogos, a mesma recebe ordens que a conduz em ações desproporcionais de força contra aqueles que gostariam de serem ouvidos e não oferecem reação, falo dos professores especificamente; que foram arrastados, agredidos e escorraçados. Temos em outro ambiente, a mesma completamente sem ação, quando encontra resistência nestas circunstancias. Diante a isto existe pouca ênfase pela mídia quanto as ações repressivas e violentas do estado, porém, quando o caso se inverte, o enunciado é “vandalismo”, cabe ressaltar que há dois paradigmas sobre este caso, um trata-se do ato em si, a violência os quebra-quebras e, o outro, trata-se do mérito, qual o intuito de tanta violência? Primeiro, o povo cansa de ser tratado como criança, o jovem que reconhece o mundo que se descortina a sua frente já amadurece cansado de tanto engodo, logo, não podemos chamar de vandalismo uma ação induzida pelo estado através de suas armas publicitarias, policiais e econômicas, que tratam o cidadão como marionete e inverte valores ao quantificar os danos através de dinheiro, e não pelo trabalho dispensado.

Vislumbramos uma resistência organizada, que foi chamada de representante de uma facção criminosa por um jovem ter pichado na faixada de um prédio o símbolo de uma facção criminosa, cabe ressaltar que se o mesmo fosse membro de facção este não estaria com pedras e paus e sim com fuzis e metralhadoras[...]

Tendo em vista tudo que é mostrado como notícia, devemos nos atentarmos sobre quem a veicula e o seu possível intuito, pois não devemos confundir a dor causada, a fim de gerar a devida compreensão de que não estamos brincando de pedir, e sim dando a ordem de que se cumpra o que nos é de direito. É hora de termos uma polícia reformadora, onde a mesma cumpra sua função social e que não seja mais objeto de uso “legítimo” da força e sim aliada dos cidadãos em busca da causa coletiva de toda nação brasileira.

 

Por Thiago Monteiro